Olá amigxs tudo bem?
Aqui em meus pensamento, veio a questão: Quem não se frustrou ao começar a ler um livro, e depois de algumas páginas, vemos como se um muro enorme aparecesse na frente? “. Existem livros que parecem um morro, começamos subir aos poucos, evitando obstáculos de todo tipo; quase que sem ar, finalmente desistimos. Mas ler é aprender. Requer paciência, e fundamentalmente paciência consigo mesmo, porque as dificuldades são reais, são muitas e de diferentes tipos.
Provavelmente, a dificuldade mais comum é o momento que me encontro (minha vibe). Por exemplo, escolho um livro de época, qual foi escrito em um outro país, ou até mesmo em outro idioma; neste momento, quase que automático, me “transporto” a um lugar que não conhecia a cultura, a história, sua forma de governo, religião, ídolos, coisas que elxs amam ou odeiam ou muito menos o que xs fazem rir ou chorar. Se aquele momento do livro está “coerente” com a minha vibe, pronto!; não há qualquer coisa que me faça desistir desta leitura.
Mas…..se a vibe não encontra o tão esperado momento, certamente ficarei completamente desapontada e claro, esquecerei daquele exemplar por um bom tempo. Sempre trazemos nossa história e nossas leituras anteriores para o ato da leitura e isso nos ajuda a decifrar o texto. As obras dialogam conosco, umas se conectam com outras, e quando isso acontece e a gente percebe, o texto se enriquece, novos significados aparecem, o mundo se alarga.
Ainda voltando ao mas……ainda sim, não consigo esquecer por completo aquele livro que “deixei de lado”. Cada nova leitura nos posiciona melhor em relação à seguinte. Existem pensamentos complexos que não podem ser simplificados sem perder parcialmente o significado e, nesse caso, o esforço vale a pena. Quando finalmente chegamos, ainda que tropeçando, a apreender aquele sentido que nos escapa um pouco, mas que aparece de vez em quando e a que nos agarramos o melhor que podemos, parece uma conquista.
Às vezes um livro resiste porque não é o momento e às vezes porque nos falta experiência. Existem livros que não devem ser lidos aos 20 anos, mas aos 50 nos fascinam. Como você sabe? Talvez aquele livro que me é negado hoje me deixe maravilhado em alguns anos. Acontece que, ao relermos hoje um livro que gostávamos anos atrás, descobrimos que não nos interessamos mais. Não encontramos mais o que vimos antes. Por isso e porque já me aconteceu tantas vezes, nunca sou tão rígida com a minha opinião sobre os livros.
Quando vamos a um lugar novo e desconhecido, ficamos tão preocupados em não nos perder e chegar ao lugar certo que mal conseguimos apreciar a paisagem. Ir uma segunda vez é completamente diferente. A ansiedade desaparece e podemos olhar com segurança para os lados e descobrir em toda a sua magnitude a beleza do caminho.
Acho que o mesmo acontece quando, ou relemos um livro ou buscamos aquele rejeitado no passado – o final, ainda que em um ambiente rarefeito, será maravilhoso. Ao resgate de novas e antigas leituras!
Um grande beijo
Cris (a mais nova blogueira do Sebo Paulistano – ainda que esteja nesta família desde que nasci :))
